segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sempre Dercy


Eu não tinha nada pronto para Dercy. Não tenho nada pronto para ninguém. Mas nem por isto eu a esqueci, sempre gostei de pessoas mais velhas. Dercy, Hebe, Elza Soares... È muita história de ousadia para contar, lutaram pelos direitos de ser mulher e de ser artista. De ser atriz, cantora, escritora, poetiza, apresentadora, e não prostituta.

Dercy representou bem o que é ser mulher, o que é ser artista completa, ser gente, ir ao fundo de um poço com molas e emergir. Talvez por isso seja e foi tão querida. Representou o que é ser idoso, ou pelo menos como um idoso, neste país, deveria viver. Com saúde, alegria, graça, jovialidade e com dinheiro, claro! Idoso no Brasil, só rico!

Bom, da Dercy lembro agora de uma personagem que ela fez no SBT. Na verdade ela fazia duas freiras, dois textos, duas pessoas. Ela já tinha quase 100 anos.Esse tipo de trabalho requer muito profissionalismo, esforço e boa forma. Darcy tinha de sobra.

Quantas vezes eu parei para ouvir sua risada! Quantas vezes eu parei para ouvir suas sábias palavras na TV! Sei que todos têm papéis aqui nesse mundinho, a Dercy teve o dela e agora está em alguma parte, compondo estrelas do céu,águas do mar, poeirinhas cósmicas, rindo por aí!

Um comentário:

The Flaming Queen disse...

Eu me lembro da risada rasgada dela,
é daquelas bem gostosas que fica na cabeça ecoando o dia todo.
Eu adorava maquiar a minha avó todinha, só pra deixar ela que nem Dercy e Elza, a bichinha, boba e paralítica, nem se defendia, mas ela morria de rir comigo.